Nos anos 1960, era comum as prefeituras, governos estaduais e até mesmo o federal fornecer bolsas de estudos na rede privada para excedentes das escolas públicas.
Não só representava uma melhoria na qualidade do ensino daqueles menores, mas também oportunidade para os pagantes conviverem com a diversidade social, ajudando muito no convívio fraterno dos brasileiros de origens diferentes.
As escolas privadas ainda mantêm certa disciplina em relação a professores e alunos, além de hábitos que não deveriam ter sido esquecidos, como o hasteamento da bandeira e o cantar do Hino Nacional. Parece pouca coisa, mas não é. A escola forma o cidadão de amanhã, exige respeito e compostura nas relações de professores e alunos e o exercício da autoridade por parte das diretoras. Hoje a indisciplina é geral e até a apresentação de professores é relaxada, sendo comum uso de bermudas, chinelos e camisetas incompatíveis com a dignidade do magistério, e não raro casos de alunos agredirem professoras e ficarem impunes .
Numa nova fase, que o Brasil parece iniciar, cabe lembrar detalhes que dependem mais da vontade e determinação de servir do que de recursos financeiros. E muita criatividade na busca de melhores resultados. Uma solução, levada a efeito em Brasília até 2008, é o orçamento de manutenção da escola ser gerido por uma comissão de pais e professores, evitando um quadro calamitoso que se tornou comum, de banheiros interditados, vidraças quebradas, carteiras destruídas. É preciso um código de conduta a ser seguido.
O sistema optativo é o de se ocupar as salas com menos de 40 alunos, a um preço arbitrado pelo poder público, que, considerando o custo por aluno na rede pública, chega próximo ao aceitável pelo setor privado. Todos ganham, alunos, escolas e o poder público. Educação deve ser encarada objetivamente e não servir de laboratório para experiências de cunho ideológico, como infelizmente aconteceu com o Pedro II. E quanto menor a intervenção pública, melhor será o ensino.
Na área universitária, a situação é dramática. Mensalidades acima do poder aquisitivo da população, inadimplência afetando a saúde das instituições, nesta injusta distorção do ensino público superior beneficiar o aluno proveniente da rede privada de qualidade. Também caberia bolsas, sem cotas, na base do mérito.
A educação deve ser pensada dentro do que é possível nesse momento. Mas enfrentada as resistências do corporativismo e do aparelhamento.