Muitas vezes o homem faz mesmo a diferença e o destino é o destino. Não se briga com fatos, e são os detalhes que fazem a história dos homens, das famílias, dos povos. É aquela velha constatação “do homem certo na hora e no lugar certos” e “do amigo certo das horas incertas”.
O Rio de Janeiro está reagindo bem à crise por que passa o país, o Estado e a sua capital em particular. A presença de um governante equilibrado, ponderado, pragmático como Cláudio Castro está colocando a casa em ordem, nas finanças, na gestão e nas realizações. Com coragem, ele enfrenta a questão da segurança como deve ser.
O setor privado é importante no Rio, não só na capital como no interior. E quem mais emprega e contribui para a circulação da riqueza é o comércio, além de serviços como o turismo. Nossa indústria é limitada e a agricultura representa ainda menos de 2% no PIB.
Os caprichos do destino colocaram nas entidades mais representativas do empresariado – a Associação Comercial do Rio de Janeiro, que engloba todo o segmento empresarial e tem como patrono o Barão de Mauá, e a Federação do Comércio – dois homens iluminados e ligados não apenas pela relevância de suas vidas, mas por sólida amizade com base na confiança e admiração recíprocas. E desta união parece estar surgindo uma parceria importante para o esforço de recuperação do centro da cidade.
O edifício sede da ACRJ é patrimônio arquitetônico e histórico, na Rua da Candelária. E dali surgiu a Confederação Nacional do Comércio, cuja fundação foi confiada por Getulio Vargas ao então presidente da entidade, João Dault de Oliveira. Ambas as casas com trajetória de grandes brasileiros, o que carrega de relevância a missão neste momento de José Roberto Daros, Antonio Florencio Queiroz e Daniel Homem de Carvalho.
Queiroz e Daniel afirmaram, quando da exposição da icônica escultura de Maria Martins, no saguão da ACRJ, que a Fecomércio estuda investir no prédio, reabrindo o restaurante e o Clube Comercial, assim como aproveitar outros espaços para sua missão de aprimorar a mão de obra dos serviços no Rio de Janeiro. Esta parceria, recentemente confirmada a uma expressiva comitiva de membros do Conselho Superior da entidade a Antonio Florencio Queiroz, vai contribuir para reanimar a região central que já conta com referências como a Igreja da Candelária, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), dos Correios e Casa França-Brasil.
O Rio tem uma tradição de fé religiosa, possui este acervo singular nas suas igrejas e conventos, nas bênçãos da imagem do Cristo Redentor e certamente este encontro de dois homens de bem e do bem pode frutificar, afastando toda e qualquer dificuldade para ter êxito este projeto que atende ao Estado, à cidade e ao social, viabilizando o futuro de uma entidade com história de dois séculos. O Rio pede desprendimento, grandeza, compromisso ético e pragmatismo.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã