Há 50 anos o Chile conseguiu deter um tumultuado processo revolucionário que pretendia criar uma Cuba no Pacífico Sul. Foi a ação dos militares que afastaram um governo afinado com o regime e a liderança de Fidel Castro.
Pouca gente atenta para o fato de que o General Augusto Pinochet era ministro do presidente Salvador Allende, mas colocou acima de tudo a preservação da liberdade no país.
Enfrentou problemas no controle da subversão, tendo um primeiro momento com muitas prisões, inclusive de estrangeiros, entre os quais brasileiros. Nestas horas, registra a história atos de violência de parte a parte. O próprio General Pinochet foi alvo de atentado com mortes anos depois.
Consolidado o regime, mesmo que com pontuais atos autoritários, o Chile se tornou um país desenvolvido, com crescimento econômico positivo e reformas econômicas que o fizeram modelo no mundo. A economia foi delegada a jovens adeptos da legenda liberal, a chamada Escola de Chicago .E surgiu este novo e progressista Chile, sem medo de ser capitalista. Afastados os radicais vive uma democracia sólida.
Hoje, o país tem até um antigo militante radical na presidência, Gabriel Boric, mas comprometido com a democracia, distante do bolivarianismo que, ao contrario de Lula repuldia . Não coloca ideologia para retrocessos na economia.. Este clima de estabilidade e próspera democracia se deve ao próprio presidente Pinochet, que convocou plebiscito em 1989, , perdeu por 1% e aceitou de pronto o resultado. Provou ali ser um democrata, que foi levado a romper a legalidade para evitar mal maior.
Também no Brasil se procura enganar com está história de “ditadura” quando foi regime autoritário civil-militar com momentos duros proporcionados pela tal “luta armada”, que promovia sequestros, atentados e execuções, tratados hoje como atos de “resistência democrática”. Não se pode negar que, em 64, o país estava dividido, em crise econômica e social, e a Revolução uniu as forças vivas da nacionalidade. O correto jornalista Fernando Gabeira, militante que participou do sequestro do Embaixador Charles Elbrike, dos EUA, e depois foi deputado, já afirmou que lutavam para implantar a ditadura nos moldes cubanos e soviéticos. Quem pacificou o país, depois de 20 anos de notável desenvolvimento, e restabeleceu a democracia plena foi o presidente Figueiredo, herdeiro do compromisso democrático de seu pai. Isso é história e não narrativa.
Nos anos sessenta e setenta a URSS chegou perto de dominar Argentina, Brasil, Uruguai e Chile. Todos salvos pelos militares.
Olhar o passado com o tempo decorrido se pode entender os momentos históricos e tirar conclusões. A alternativa seria mesmo a comunização ou a guerra civil nos países do Cone Sul.
O genial Roberto Campos gostava de lembrar que os regimes autoritários chamados de direita, encerrada a missão, passavam o poder, como fizeram os militares brasileiros e chilenos. E deixando as marcas do progresso com ordem.
Os regimes autoritários de direita melhoram a economia, o social e a segurança pública. E com baixa corrupção. E são especialistas em queimar reservas acumuladas pelos conservadores.
A esquerda e o populismo costuma levar ao retrocesso econômico e social, com ditadura punindo os mais pobres. Prometem mas não dão nem pão nem liberdade.
Publicado em: Jornal O Diabo.pt 23/09/23
Obrigado pelo excelente texto.
Esclarecedor e libertário.