Portugal tem todas as condições de ser um oásis nessa Europa envolvida em tantos problemas que beiram à irracionalidade. Afinal, são Itália, França, Alemanha, Bélgica e Holanda, que vivem um processo perigoso de acolhimento de grandes massas de outras culturas, hábitos, conceitos. E isso sobrecarrega os serviços sociais e ocupam o aparelho de segurança. A violência urbana instalada nestes países e a ameaça terrorista têm origem nestas populações. A vizinha Espanha soma a estes problemas os conflitos com separatistas, que querem derrubar uma unidade que tanto custou em passado recente.
Portugal tem uma presença de imigrantes positivos. São brasileiros de todos os níveis, ucranianos e moldavianos, que logo se incorporam à vida portuguesa, sem criar núcleos ou guetos. No mais, franceses e nórdicos reformados são residentes não habituais, trazendo renda, consumindo e empregando. Os problemas existem, mas são menores do que nos citados países acima.
Para tirar vantagem do povo cordial, do clima, da gastronomia e dos serviços a bom preço, era necessário a modernização do Estado, inchado, ainda com muita burocracia, carga fiscal elevada, legislação laboral que inibe a geração de bons empregos e estimula a fuga dos mais preparados para a América ou Reino Unido. Rara família da alta classe média portuguesa não tem, hoje, filhos de boa formação trabalhando em Nova York ou Londres.
Não seria difícil promover reformas, diante de uma população informada, que saberá compreender que o mundo mudou. Está mais competitivo, exige avanços na eficiência na produção de bens e serviços.Onde o ambiente para negócios é hostil não tem investimento , quando muito,turismo.
Difícil é conviver com segmentos políticos do atraso, que condenam os “visa Gold”, sabotando-o com a demora, ou os que condenam importantes decisões de empresas na busca do petróleo em sua costa. Em pleno progresso do mercado imobiliário, empregador, atraindo estrangeiros para usufruírem do que existe de positivo no país, chegaram ao cúmulo de aumentar impostos relativos a imóveis e a mexer nas leis do arrendamento, com argumentos da mais elementar demagogia eleitoreira.
O Judiciário, reconhecido pela qualidade de magistrados e advogados, pede uma reforma que lhe dê maior celeridade, com prazos compatíveis com o mundo moderno e a economia competitiva. As leis precisam inspirar confiança no investidor, seja ele nacional ou multinacional.
É preciso aliviar o Aeroporto de Lisboa, transferindo voos da África e low cost para Tires, com pequeno investimento e melhorar os trens para o Porto e norte do país, diminuindo com investimentos razoáveis meia hora no percurso, oferecendo na prática o mesmo tempo gasto pelos aviões. Um projeto realista, pragmático e sem grandezas
. Além disso, adotar um sistema bancário de maior flexibilidade, especialmente no acolhimento aos reformados, investidores estrangeiros, selecionados com critério e rigor para não abrigar dinheiro da droga, do terrorismo ou da corrupção. Mas sem o mergulho na intimidade do cidadão que ocorre na União Europeia, alimentando mercados mais flexíveis como os asiáticos.
Este é o momento para Portugal atrair instituições de ensino de excelência, pesquisa e tecnologia, determinados nichos da medicina – o que a Espanha vem fazendo com sucesso –, gerando mercado de trabalho que fixe sua juventude estudiosa e atraia estudantes de fora, que vem gastar e empregar.
Menos regulação, menos carga fiscal, maior liberdade para as relações laborais, para se chegar a um dos objetivos do Estado moderno, mas já referido por Isabel, a Católica, no século dezoito: as leis e as contas públicas devem criar condições para a Felicidade geral dos povos.
A Grécia,por exemplo, não é um bom exemplo.
Jornal O Diabo – Portugal/Lisboa,