Além da crise na economia e na política, vivemos um momento preocupante no que toca ao trato das boas normas do convívio civilizado, prejudicando ainda mais a qualidade de vida do cidadão. E tendo como ponto de partida a estranha defesa de infratores de toda ordem em detrimento do apoio às autoridades, a começar pelas policias.
Parte da perda da paz nas famílias brasileiras se deve evidentemente a dificuldades na área da segurança pública e da saúde, que demandam investimentos de monta. Especialmente em pessoal melhor preparado e melhor remunerado.
No entanto, o ponto mais grave é a educação. As escolas, em todos os níveis, vivem a indisciplina, a falta de respeito ao professor e estes demonstram desinteresse pela missão tão nobre que é a de educar. Até de na apresentação deixarem a desejar. O poder público, indiferente aos reclamos da maioria silenciosa da sociedade, não faz uso legítimo da autoridade para afastar alunos nocivos a paz nas salas e pátios, muito menos coibir o desleixo e absenteísmo no magistério. Nunca se publicou o desconto de faltosos nas repartições públicas no Brasil, como ocorre nas empresas privadas e no resto do mundo desenvolvido. Para acolher alunos agressivos o ideal seriam escolas especializadas , com psicólogos e direção militar para impor a disciplina.
Apenas nas cidades do interior sobrevivem hábitos salutares, como o hasteamento da bandeira, o canto do Hino Nacional e as comemorações das datas e dos grandes vultos da história, das festas de congraçamento. Moral e civismo e semana da pátria desapareceram dos currículos. A base moral de nosso povo ficou dependente das diferentes igrejas e das famílias bem constituídas.
Nas ruas, a desordem é a norma, incluindo o som abusivo em automóveis, a sujeira nas calçadas, a presença de passageiros descamisados nos transportes coletivos, a ocupação de espaços pela chamada “população de rua”, constrangendo quando não ameaçando o cidadão e contribuinte. Estas aberrações já entraram no cotidiano das cidades e a falta de reação da sociedade leva o Estado a se omitir. Não pode nem deve ser assim.
Esse afrouxamento na aplicação de limites e uso da autoridade provoca a má formação do cidadão, formando uma cultura da indisciplina, do desrespeito aos direitos do próximo, estimulando a impunidade de delitos de toda natureza, desde uma infração de trânsito a venda de produto adulterado, passando pela sonegação e o desleixo na manutenção de bens públicos de uso comum, como praças, banheiros e transportes. Tudo entregue ao puro vandalismo.
No tempo de nossos avós, não era assim!