Neste mundo conturbado, procuram fazer crer que vivemos um momento de intensa atividade política, que, mesmo com pandemia, desperta as atenções gerais. Mas não é bem assim.
Atrás dessas manifestações está o fator econômico, pois os povos, hoje, estão mais interessados no bem-estar social do que em abraçar ideologias. Já se sabe o que dá certo e o que leva à perda na qualidade de vida.
A movimentação política, especialmente na área urbana, se deve ao projeto de enfraquecer aqueles países alvos da cobiça desta nova esquerda, que tem o objetivo de derrubada, mas não possui propostas que não destruir os valores da civilização judaico-cristã. No poder, vigora o estado policial, como Venezuela, Nicarágua é Cuba.
A batalha por uma economia que cresça, que ocupe a massa trabalhadora, que gere riqueza com avanço tecnológico e social, enfrenta gargalos sérios e pouco se trata da questão.
A Ucrânia é peça importante no suprimento de gás para a Europa. Por isso a crise está na pauta mundial e a omissão do ocidente vai levar a breve invasão de Taiwan e depois novas investidas contra Israel
E a falta de chips, com produção concentrada na Ásia, gera problemas para todo o mundo, incluindo a suposta robusta economia dos EUA. O Brasil, que é o único produtor na América Latina, pensa em fechar sua fábrica, que é estatal, e acolher investimento russo. É preciso uma solução de curto prazo. Outro gargalo grave é o transporte marítimo, base do comércio internacional. Faltam barcos e containers, e a segurança afeta o setor.
A MSC, gigante mundial, suspendeu as operações no Brasil em função do uso dos containers de seus clientes para a introdução criminosa de drogas. Esta prática tem dado aborrecimentos a seus clientes e prejuízos à empresa. Recentemente, pagou cinquenta milhões de dólares de multa, nos EUA.
Mas o perigo ronda a economia em todos os flancos. A fragilidade dos bancos europeus foi agravada com a pandemia e, hoje, se vive o susto da inadimplência. E a esta vem a se somar o endividamento do setor público, com ameaça de juros crescentes. A inflação está de volta a meio mundo.
A complicar tudo está a ausência de lideranças fortes, carismáticas, capazes de impor programas com coragem e aceitação popular. Quase todos os países ocidentais pedem reformas, diante de uma legislação construída com muita ideologia, irresponsabilidade e demagogia. Mexer em privilégios nunca foi tarefa fácil. Não temos um Reagan nem uma Thatcher. E a América do Sul, onde a crise deve crescer, ficou órfã de seus militares.
No geral, a classe política anda desgastada em todo ocidente, com casos de corrupção e incompetência. E a Justiça acabou servindo para bons empregos e proteção a malfeitos. Impunidade com decisões de envergonhar os magistrados dignos.
Embora com certo risco, na reforma política que se impõe, os mandatos precisam ser de cinco anos, pois como hoje, com maioria de quatro anos, não dá tempo de se corrigir erros mais recentes.
Os países de democracia consolidada não resistem a prateleiras vazias, desemprego e carestia. E nessas horas não se sabe o que pode acontecer.
A realidade é cruel. O mundo parece estar por um fio. E afrontado com a violência russa.
Publicado em: Jornal O Diabo – Portugal