Há alguns anos, surgiu em países como Brasil e Portugal uma nova maneira de tomar dinheiro do indefeso cidadão contribuinte. E, claro, engordar o bolso de muitos vereadores, prefeitos, presidentes de câmaras, e até dos governos centrais.
A primeira maneira de arrecadar dinheiro junto aos empresários são as licenças de obras para habitações, resorts e centros comerciais, que, nas últimas décadas, desfigurou tantas cidades pelo mundo afora. O arranjo não envolve diretamente dinheiro público, mas pune as localidades com edificações incompatíveis com os respectivos espaços urbanos, desencadeando problemas na mobilidade e na sobrecarga dos serviços, públicos pelo crescimento desordenado da população. Geralmente, são construções voltadas para camadas menos favorecidas, a fim de justificar os atos de aprovação, acompanhados normalmente de cínicas referências a empregos criados e geração futura de renda para as cidades.
A segunda e muito difundida forma de arrecadação vai direto no bolso do cidadão. E isso é feito por meio da cobrança do estacionamento nas ruas, avançando sem parar, com multas, por causa de empresas particulares que fazem o serviço, incluindo bloqueio e desbloqueio de viaturas, dando uma parte para governos e outra, como pagamento dos serviços, com margem suficiente para as propinas. A cobrança é questionável, pois já se paga o IMI, supostamente para custear a manutenção das cidades. Cobrança é para os parques, sejam públicos ou privados.
Curioso é que políticos e mídia não tenham questionado este “imposto extra”, uma vez que o controle do tempo pago costuma ser implacável, para garantir as cotas exigidas dos encarregados pela fiscalização. E dentro da eficiência do setor privado, as multas podem ser pagas no Multibanco, mas os desbloqueios devem ser quitados na hora, e custam mais do que as multas.
Afinal, é preciso arrecadar para pagar as inchadas listas de funcionários públicos e manter o padrão de vida elevado dos “representantes do povo”. Talvez, por isso, os governos austeros, do passado ou do presente, são considerados pouco democráticos. E, pela mesma razão, alguns países andam elegendo governos menos democráticos e mais austeros, proporcionando, assim, crescimento econômico, segurança e emprego. Bem explorada, as democracias andam custando muito caro. Até há bem pouco tempo, o setor privado pagava melhores salários do que o serviço público. Hoje, já não é assim.
Nessa nova corrente de opinião pública, que, inclusive, enfraquece os partidos políticos tradicionais, o tema da corrupção e dos altos impostos domina, ao lado da segurança pública. Esta, aliás, caótica em países que receberam grandes levas de imigrantes ilegais, provenientes de países habituados à violência.
Construção desordenada e exploração do usuário de automóveis merecem um mínimo de interesse. No Brasil, o presidente Bolsonaro já desligou os radares nas estradas federais e ampliou a validade das carteiras de motoristas para dez anos. Menos burocracia também resulta em melhora para a população.