Neste mundo da comunicação, da informação, só não sabe qual é a receita da felicidade das nações quem não quer. Ou está acometido da doença do ressentimento, inveja e frustrações, como os defensores da economia socialista, com seu viés ditatorial, muitas vezes com requintes de crueldade. Não parece exagero considerar que, além da ignorância, este esquerdismo que arruína povos seja uma psicopatia de seus autores e beneficiários.
A América Latina possui exemplos inquestionáveis de como dar certo e errado.
O Uruguai é um pequeno país entre a Argentina e o Brasil, criação no século XIX dos ingleses com a concordância de Portugal, pois ali estava a colônia cisplatina, do Brasil, então Reino Unido. Tem uma população de três milhões e meio de habitantes, alfabetizados e abriga cerca de 150 estrangeiros, sendo metade de brasileiros e muitos milionários argentinos e chilenos que lá têm domicílio fiscal.
Os governos alternam entre conservadores e esquerdistas, com realismo a ponto de não mexerem na poderosa praça bancária internacional, responsável pelos melhores empregos. Os anos de governos de ex-tupamaros, a esquerda da esquerda tradicional, custaram a desnacionalização dos frigoríficos, hoje 80% em empresas brasileiras. E o sistema bancário local tem forte presença internacional. O enfraquecimento do setor privado local provoca exportação de jovens preparados, que somam cerca de 400 mil uruguaios morando fora, mais 10% da população. A vida é cara, mas o sistema de saúde funciona bem e a qualidade dos serviços públicos é boa. Com baixa corrupção, tem a maior renda per capita do continente, 22.000 dólares.
Na outra ponta, em Cuba, que fascina as esquerdas ocidentais com mitos como Guevara e Fidel Castro, ambos com histórico do “paredón” e prisões arbitrárias, falta de pão e liberdade. Um regime opressor que impõe décadas de racionamento, sendo que agora o de energia é gravíssimo. Mas não atinge o bairro dos diplomatas, altos funcionários públicos e militares. Os hotéis dispõem de geradores. Que socialismo!
Cuba foi relevante na produção e exportação de açúcar, mas hoje produz 10% do que produzia no tempo de Batista e chega a importar para atender contratos de venda feitos no passado ou para produzir rum, que está entre as três fontes de receita do país – o primeiro é o turismo e o segundo, fumo e charutos.
Um silêncio sobre o fato de o regime ter levado a 90% da população à pobreza, o salário-mínimo não passa de 25 dólares, um médico ganha 35 dólares. A inflação ronda os 30%. Hoje os cubanos podem deixar o país, mas pagam um visto de saída e levam apenas as malas permitidas nos aviões, no máximo duas de 23 quilos. Este é o paraíso socialista.
Publicado em: FOTO: jornal Diabo.pt 25/01/2025