O ano de 2025 se inicia com clima de terror entre os agentes econômicos. A então poderosa economia brasileira vem cedendo diante da teimosa política de esquerda do presidente Lula de altos gastos e altos impostos. No mais, a insegurança jurídica afeta a credibilidade face ao investidor estrangeiro.
As perdas somadas das ações cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo somam 280 mil milhões de dólares, quase o Produto Interno Bruto de Portugal. Grandes empresas perdem lucratividade com juros altos.
O crescimento de 2024 não se sustenta no médio e longo prazo pela ausência de projetos e a perda de valor da moeda. Previsão de juros até o fim do ano, de 15% a.a, inibe o crescimento – está em 12%, o que já é muito.
Lula se nega a controlar os gastos públicos e os cortes prometidos são insuficientes e podem não ser atingidos. A relutância em cumprir regras de austeridade são claras. E a entrega de estatais a indicações políticas e de sindicatos voltaram a apresentar grandes prejuízos.
A mídia econômica internacional já aponta para a crise brasileira, apesar da economia robusta e das reservas internacionais relevantes, mas em queda. Na tentativa de conter a subida do dólar, foram vendidos mais de 15 mil milhões de dólares das reservas, pouco mais de 5% do total, só na última semana de 2024. E o real não se sustentou. A Bloomberg já registrou o ambiente de pessimismo e falta de confiança no governo.
No final do ano, o Wall Street Journal, em artigo de uma importante editora, Mary Anastasia, apontou para o declínio do Brasil e da América Latina em mãos de governos hostis ao capital. Outros comentários têm sido publicados sobre relações entre a sociedade e o Judiciário. O governo italiano já mostrou preocupação com duas importantes empresas que atuam no Brasil e que têm sido alvo de controvertidas e injustificáveis intervenções do Judiciário.
A fuga de capitais nacionais tem sido significativa, assim como a troca de domicílio fiscal e transferência de patrimônio de milhares de famílias ricas. Como a legislação permite a movimentação de capitais, muitos temem uma mudança pela via de taxação nas remessas e aceleram transferência de ativos. São muitos mil milhões nos últimos dois meses, segundo registros do Banco Central.
Não só a política interna está voltada para privilegiar a agenda de grupos de militantes políticos, como a atuação do Brasil no cenário político internacional ficou claramente alinhada com Rússia e China e entra, assim, na alça de mira do novo governo americano. Trump já disse que vai taxar produtos de acordo com o que é feito de país em país em relação aos EUA. Sendo a América o segundo mercado dos produtos brasileiros, esta retaliação pode ser grave.
Campeão no agronegócio, um dos maiores superávits comerciais do mundo, o Brasil, como dizia o notável Roberto Campos, não perde uma oportunidade de perder oportunidades.
A opção pela ideologia venceu o bom senso e as esperanças do povo brasileiro.
Publicado em: jornal Diabo.pt 18/01/25