A proposta do presidente da Embratur de desviar parte da receita dos sistemas da área do comércio e serviços para a empresa estatal não é um gesto favorável ao turismo nacional. Muito pelo contrário.
Não é nenhuma novidade que a gestão privada é mais eficiente e racional. Também não é novidade a mentalidade do gestor público de esquerda, e o sr. Marcelo Freixo tem uma longa militância na esquerda mais radical, sempre hostil ao empreendedorismo, que permite progresso econômico e social.
No mais, o sistema comandado pela Confederação Nacional do Comércio e Serviços, com braços nos Estados com a Fecomércio, tem prestado inestimáveis serviços ao turismo nacional, especialmente na hotelaria e restauração. Seus hotéis e restaurantes escolas são exemplares, além de cursos específicos para a mão de obra do setor. A Fecomércio do Rio, por exemplo, tem projeto para motoristas de táxis e aplicativos, empregados da hotelaria na área de idiomas de referência no nosso público-alvo.
O orçamento da Embratur certamente teria mais recursos para o turismo de seus dirigentes. Na verdade, a empresa deveria gastar sua verba de publicidade em pacotes específicos em consórcio com companhias aéreas e redes hoteleiras estrangeiras. Coisa que dá trabalho e pede diálogo.
A Confederação Nacional do Comércio e Serviços, por exemplo, vem de abrir um posto avançado em Lisboa, com ênfase na promoção do turismo. E planeja em outras capitais emissoras de turistas. Objetividade e austeridade nos gastos.
Inacreditável que, ao invés de buscar captar recursos públicos e privados para o seu papel de promover nosso turismo, a entidade, entregue a um político derrotado, quer tomar recursos com história de boa aplicação.
Nos estados, as federações devem esclarecer as bancadas para o perigo de um sistema que no geral tem atendido bem a inspiração de Getulio Vargas ao criá-lo que através de décadas tem ajudado, e muito, o desenvolvimento do Brasil, sem escândalos, sem malfeitos e com eficiência.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 23/05/23