Os homens públicos mineiros dos anos 1930 e 1940 até 80, merecem um estudo e uma divulgação pela excelência da qualidade e da presença nacional por mais de 30 anos seguintes. Um estudo para os homens do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, onde militam os grandes estudiosos mineiros.
Estes anos revelaram ao Brasil talentos em grande quantidade e qualidade. Incomparável ao longo da história pela diversidade e influência na vida pública e publicada do Brasil. São muitos os livros que mostram esta seleção de notáveis, nas memórias de Pedro Nava, Paulo Pinheiro Chagas, nas excelentes biografias do imortal Murilo Badaró, de Israel Pinheiro, Bilac Pinto e Gustavo Capanema, além do “Estadista da República”, no qual Afonso Arinos Sobrinho destaca a vida do pai, Afrânio de Melo Franco.
Escapa a muita gente juntar os nomes de grandes brasileiros a Minas e aqueles anos. Desde a Revolução de 30, com Virgílio Melo Franco, Mário Brant e Francisco Campos, a geração que ascendeu com José Maria Alkmin, Capanema, Odilon Braga, Magalhães Pinto, JK, os irmãos Otacílio e Francisco Negrão de Lima, os Andradas, desde Antônio Carlos e seu irmão José Bonifácio, a sucessão em José Bonifácio e Andradinha, hoje representados pelo deputado Lafayette Andrada. Tempos que revelaram políticos do alto nível de Tancredo Neves, Milton Campos, Oscar Corrêa, Oswaldo Pieruccetti, Ozanan Coelho, José Monteiro de Castro, Elias de Sousa Carmo, José Aparecido de Oliveira.
Figuras que marcaram o progresso do Brasil como Israel Pinheiro, e tudo na mais exemplar correção. A vida pública como vocação e devoção.
Nas imperdíveis memórias de Paulo Pinheiro Chagas, ele narra o gesto de Magalhães Pinto que abortou uma reação de acionistas do Banco da Lavoura que iam à Assembleia Geral convocada para o destituir, por imposição do governo Vargas, pela assinatura no Manifesto dos Mineiros. O grande estadista apresentou sua renúncia e pediu aos amigos que se abstivessem de manifestações, pois não queria servir para desgastar o banco em que trabalhara e estava sendo vítima de pressão das autoridades monetárias. Esta história mostra o nível ético, moral e de dignidade daquela geração.
Muitos abraçaram a política em outros estados, como Petronio Fernal, deputado pelo Paraná, Adauto Lúcio Cardoso, deputado pelo Rio, Negrão de Lima, governador do Estado da Guanabara, Eurico Rezende e Élcio Alvares, governadores e senadores pelo Espírito Santo, nascidos ambos em Ubá.
O governador mineiro, Romeu Zema, neste segundo mandato, tem a responsabilidade de ajudar a revelar valores jovens para a vida pública. O grande erro da Revolução de 64 foi justamente ter desleixado na renovação e com os grandes da época, muitos mineiros, como Eliseu Resende, Rondon Pacheco e Camilo Pena, não deixaram sucessores na política. Casos raros são os de Ibrahim Abi-Ackel, com seu filho Paulo Abi-Ackel, notável parlamentar, e Aécio Cunha, com o filho Aécio Neves Cunha.
Este patrimônio de Minas tem de ser cultivado e renovado para o bem do Brasil. Neste Brasil de radicais, destemperados, equivocados, quanta falta faz a presença relevante do bom senso e do espírito público dos mineiros.
A luz no fim do túnel é a relevância de Aécio Neves no atual momento político.
A voz de Minas será oportuna!
Publicado em : Jornal Hoje em Dia 23/05/23