Muito mais racional do que um túnel para trens, ou uma segunda ponte, seria o uso da via marítima, hoje com barcos modernos, eficientes e econômicos, para atender São Gonçalo, Duque de Caxias e Magé. Com isso, seria resolvido de vez o drama das cidades que abrigam imensa e sofrida população, que perde horas preciosas de convívio familiar e descanso no ir e vir pela via rodoviária.
Tudo parece muito simples, devolvida a condição de navegabilidade à baía, a começar por três estações para atender Duque de Caxias, um sonho acalentado pelo prefeito Alexandre Cardoso. A economia em qualidade de vida, ambiental inclusive, teria uma imensa repercussão no estado.
Nesse contexto estará beneficiada a Ilha de Paquetá, cujo projeto de recuperação foi recentemente concebido pelo ex-presidente da Associação Comercial e da Light José Luís Alqueres e o engenheiro e morador Francisco Henrique de Souza, também oriundo da empresa de eletricidade.
Legado das Olimpíadas realmente seria esse, com reflexos na economia do estado, com grande repercussão social, considerando o perfil da grande maioria dos usuários do atual sistema. A despoluição certamente já começa a se fazer sentir na atividade pesqueira, que já foi significativa na região.
Mas é claro que a presença da livre empresa vai depender da viabilidade econômica. A CCR Barcas reclama de prejuízos na operação para Niterói, Ilha do Governador e Paquetá. E com as gratuidades existentes não poderia ser diferente. O assunto deve ser tratado com seriedade e sem demagogia.
A crise não impede que os homens de responsabilidade deixem de pensar e projetar. Vencer a crise é criar projetos que levam ao desenvolvimento econômico e social. Mesmo que venha a faltar alguma coisa, o projeto não pode ser abandonado!