Dada a seriedade do assunto – e a insistência das esquerdas em basear o debate político no século passado –, faz-se necessário voltarmos à questão, mostrando com fatos, e não elocubrações, a diferença de ditadura e autoritarismo. Vamos a eles!
O ditador soviético Josef Stalin atribuía a grande derrota do comunismo internacional à guerra civil de Espanha. Ali o comunismo perdeu o sul e o centro da Europa . O ódio ao fascismo italiano e a seu líder, Mussolini, se deve ao fato do apoio italiano ter sido decisivo para a derrota do exército vermelho no conflito. Os arquivos soviéticos abertos comprovam o envolvimento russo na Espanha. Franco nunca fechou fronteiras, não entrou na guerra e acolheu judeus aos milhares, inclusive com o fornecimento de passaportes espanhóis. Tirou o povo da miséria e da fome. Caso Franco fosse derrotado, Portugal e a América ibero-americana cairiam por gravidade. Entretanto, é negado a Franco e a seus companheiros a condição de benfeitores do mundo cristão livre e capitalista.
Mussolini não entra na lista dos mais notáveis de seu tempo por alguns motivos. O principal, porém, está relacionado a seus companheiros de jornada. Eles eram, na sua maioria, de baixo nível intelectual e moral, provocando ocorrências de violência e corrupção que prejudicaram os admiráveis feitos para o bem do povo e a construção de uma Itália admirada em todo mundo.Problema enfrentado recentemente no Brasíl com Bolsonaro, cercado de fanáticos de baixo nível .Mas ao Duce se deve a criação do Estado do Vaticano, as habitações populares, as leis laborais, as primeiras autoestradas da Europa e a recuperação de Roma, que é um patrimônio da humanidade. Aloprados fascistas atingiram o Duce com as balas que mataram o deputado Matteotti.
E os regimes latino-americanos? A esquerda até optou por ignorá-los por serem indefensáveis. O que pode justificar Cuba aprisionar seus cidadãos? Ou o baixo padrão de vida da população, com meio século de racionamento, ausência do pão ,de liberdade e de acesso à Internet. Até o açúcar, pilar de sua economia, tem produção inferior aos anos anteriores a sua revolução – hoje, o país vive do “turismo ideológico”. Eleições livres, direito de culto religioso nem pensar. Portanto, a cumplicidade com o regime é uma afronta, como fez Lula em sua posse ao afirmar que “Cuba e Venezuela merecem nosso carinho”. E os democratas se calam.
A América Latina vai ter um 2023 de crises, políticas e até humanitárias, com regimes eleitos da Argentina, Chile, Colômbia e Peru, que seguem o caminho da Venezuela e da Nicarágua, sem pão nem liberdade. Usam e abusam da democracia para liquidar liberdades e confiscar propriedades. Onde esta opção deu certo?
Na fila de espera para a crise, estão países ocidentais que pensam existir futuro num quadro de alianças à esquerda, com suas economias envenenadas pelas greves, gastos inflacionários e alto endividamento com legislação laboral criada para evitar a geração de empregos e renda. Além da tolerância com a criminalidade em que bandidos são apresentados como vítimas e policiais, como bárbaros. Em alguns países, como a Bélgica, observa-se a crescente presença muçulmana e africana, incentivada pelos governos de esquerda. Bruxelas já tem territórios ocupados na prática. Muitos chegam e ganham do governo um auxílio mensal de quase dois mil euros, o que desestimula a busca do trabalho e os levam à marginalidade.
A forte influência nos meios artísticos e midiáticos das esquerdas faz com que as classes médias, que formam uma maioria silenciosa e que produz, se mostre tímida em assumir a defesa dos valores da liberdade, da família, da propriedade, do trabalho e do mérito. A força eleitoral deste segmento demagógico de uma “nova esquerda”no ocidente tem sustentação na ignorância popular que tão bem sabem explorar.
Postado em: Jornal Diabo.pt 23/03/23