Os gastadores do passado, que passaram um pouco dos limites, não chegaram perto do que acontece hoje, nessa insolvência coletiva de municípios, estados e da própria União, em gastos eleitoreiros, custeados por dívidas irresponsáveis.
JK foi duramente atacado pelo seu Plano de Metas e pela construção de Brasília em pouco mais de quatro anos. Hoje, constata-se que foi até prudente nos gastos, perto da grandiosidade da obra legada ao Brasil, que inclui estradas como a Belém- Brasília e a Belo Horizonte-Brasília, integrando pela primeira vez o território nacional. Depois, os militares, especialmente os ministros Mário Andreazza , Eliseu Resende, nos governos Costa e Silva, Médici e Figueiredo, com o asfaltamento da Belém-Brasília, construção da Cuiabá-Porto Velho, duplicação da Via Dutra, construção da Rio-Santos, da Rio-Juiz de Fora e da Ponte Costa e Silva. E, na energia, com César Cals,obras gigantescas como Itaipú, Tucuruí,projeto Carajas com Figueiredo.
Os estados deram realizadores imortais, desde JK, prefeito de BH e governador de Minas, sucedido por eficientes políticos como Israel Pinheiro, Rondon Pacheco e Aécio Neves, os paulistas Adhemar de Barros e Paulo Maluf, ambos com passagens marcantes na Prefeitura da capital e no governo do estado. A Bahia era uma antes de Antônio Carlos Magalhães e outra depois.
No Rio, como Guanabara, dois adversários, Lacerda e Negrão de Lima, foram notáveis. Aí, tivemos um longo período sem nada acontecer, até que Sérgio Cabral, Eduardo Paes e Pezão refundassem o Rio em marcha batida do esvaziamento em função de governos medíocres, podendo se considerar como de desempenho médio Faria Lima, na fusão, e Marcelo Alencar, na capital e no estado.
O Rio ainda reverencia Pereira Passos e Minas, Antônio Carlos – governador, prefeito de BH e de Juiz de Fora – por terem sido marcantes na gestão e nas obras antes de 1930. E o velho estado do Rio teve dois grandes governos em Amaral Peixoto.
O Brasil tem potencial e quadros para superar a crise, mas, como disse Churchill ao assumir a Inglaterra bombardeada, a vitória só virá à custa de sangue, suor e lágrimas. Sem realizações e sem homens de visão e ação não se cresce.