A entrada em operação do VLT, no próximo dia 22, terá o significado especial de sinalizar para a população que as obras que tanto tumultuaram a vida da cidade estão chegando ao fim. E, mais ou menos, dentro dos prazos previstos, mostrando que outros projetos de grande importância estão com perspectivas muito positivas.
O chamado “mergulhão da Praça XV”, que ligará o Aeroporto Santos Dumont à Rodoviária Novo Rio e às avenidas Brasil e Via Expressa João Goulart (Linha Vermelha), vai desafogar o Centro. Além disso, dará qualidade a ligação da zona sul à Ponte Presidente Costa e Silva, ao Aeroporto Antônio Carlos Jobim e às estradas Washington Luiz e Presidente Dutra. Neste circuito, ficará faltando a Avenida Brasil e a Transbrasil, que devem demorar mais um ano, mas, certamente, com trechos entregues na medida do possível. A região portuária está nos “finalmente”.
O Rio, em termos de melhoria em seus acessos, fica dependendo da nova descida da Serra das Araras, na Via Dutra, e da nova subida da serra de Petrópolis. Esta mais complicada, pois a concessionária, CONSER, é ruim de comunicação. A começar com os empregados, que estão ameaçando greve ainda esta semana. Também não regulariza os aditivos ao contrato junto ao TCU e ao DNITT, que bloquearam liberações, provocando má conservação na atual subida, além de pedágio a R$ 11,20 para o primeiro trecho em obras abandonadas ou em ritmo lento. Nem a alternativa de apressar a entrega de um trecho é levantada. Como são três os postos de cobrança, entre o Rio e Juiz de Fora, até a retomada das obras no ritmo previsto, o primeiro trecho deveria ter o pedágio liberado.
Para fechar o circuito de terminar com a perda de tempo diária de milhares de trabalhadores, os projetos de ligação aquática do Rio com São Gonçalo e até mesmo Duque de Caxias deveriam merecer um amplo estudo, não só dos governos, mas de entidades civis, como Firjan, Clube de Engenharia, Assembleia Legislativa e outros.
Facilitar a presença do capital privado pode se enquadrar na anunciada nova orientação do governo federal a ser instalado semana que vem. Não é possível a continuidade de divergências, como ocorre com os serviços das barcas para Niterói, Paquetá e Ilha do Governador, que tem operação deficitária por uma série de ingerências indevidas do poder público, inclusive Legislativo.
Vamos virar a página da crise, arquivar preconceitos ideológicos, abrir uma pauta positiva para que seja completado o projeto de soerguimento do Rio iniciado em 2006 pelo governador Sérgio Cabral.