Uma consulta aos dados oficiais da Receita Federal e do Banco Central revela o crescimento nos últimos dois anos da transferência legal de ativos financeiros para o exterior.
Publicações econômicas, como o jornal Valor e o site Brazil Journal, têm registrado o interesse de grandes instituições em acolherem esses recursos. O Bradesco já comprou um banco na Flórida, seguindo o Banco do Brasil, que tem um de varejo com cerca de 20 agências e forte presença digital. Chama-se BB América.
Recentemente o Itaú assumiu uma corretora digital, Avenue, voltada para gerir recursos no mercado americano com uma carteira de 600 mil brasileiros.
O Brasil vive um grande momento na economia, teoricamente com potencial para voltar a crescer com o vigor dos anos dourados do governo do presidente Medici. Temos saldos comerciais entre os maiores do mundo, reservas também significativas, estoque de projetos para os próximos cinco anos superior ao PIB de muitos vizinhos.
Esse quadro real depende de reformas, de ordem pública, de bom ambiente de negócios, de transparência no respeito a contratos. Mas este cenário rosa pode se desfazer com um equívoco eleitoral. Incrível que os exemplos de outros países integrantes do Foro de São Paulo ou comprometidos com a Nova Ordem Mundial não sejam considerados por parcela minimamente informada da sociedade brasileira.
A justa restrição ao comportamento desastrado do presidente, que comanda um governo bem superior aos que tivemos desde os governos de esquerda PSDB-PT, não deveria ser suficiente para uma reação que beira a irresponsabilidade.
A essa altura, não se trata de votar no tosco instalado no Palácio do Planalto, mas de votar contra o PT, contra a volta das práticas dos governos Lula-Dilma que todos conhecem.
Uma sociedade livre, unida em torno de princípios democráticos, com economia de mercado de fato, Banco Central independente e liberdade de imprensa não deveria admitir uma reação temerária as bobagens presidenciais que pode destruir uma grande nação e levar ao sacrifício sua população. O Brasil e maior.
Não se trata, repito, de aplaudir um bem-intencionado despreparado e sem noção do cargo que ocupa. Ele e seus áulicos são biodegradáveis em um mandato e não impediram o progresso. O outro lado é o caminho para os padrões conhecidos de Havana e Caracas.
Os poucos milhões de prudentes brasileiros estão preparados com estas reservas conhecidas. Já aos muitos milhões, pode estar reservado anos de tensão e miséria de duração incerta. Quem viver verá!
Foge ao bom senso esperar que os militares salvem o país. Os tempos são outros e a sociedade já se mostrou ingrata com eles.
Publicado em: Jornal Correio da Manhã 07/09/22