O Rio precisa e pode gerar empregos de nível superior com apoio e criatividade. A volta das operações de câmbio do Banco Central ao Rio teria todo o sentido, pela importância dos portos, mão de obra especializada, facilidades de comunicações.
E poderia vir acoplada a alguma forma de se manter no Brasil contas em outras moedas, ou no sentido mais amplo ou apenas por empresas importadoras e exportadoras. Temos reservas para garantir a liquidez do sistema. Algumas das mais importantes empresas que trabalham com câmbio estão no Rio, como a Petrobras, Eletrobrás, comércio do café e petrolíferas em geral. O Rio já é sede das mais importantes assets management do Brasil.
Outra fonte de empregos poderia vir da abertura dos antigos bingos. Jogo já temos, e muitos, mas todos na esfera estatal, menos o turfe cheio de limitações e impostos abusivos. Abrir os bingos e permitir que o Jockey mantenha máquinas eletrônicas de corridas daria empregos e um novo e simplificado imposto.
Para garantir a ocupação desta enorme rede hoteleira, criada a partir da Copa de 2014 e agora das Olimpíadas, a cidade deveria contar com forte apoio na geração de um calendário especifico para meses de menor movimento, como agosto. No período, seria ocupada por eventos diversos na área da cultura, como um festival de cinema latino-americano, um de piano, com atrações internacionais no Municipal e na Sala Cecília Meireles, uma grande orquestra sinfônica internacional na Cidade das Artes por três dias, um ciclo de conferências de grandes escritores na ABL e num dos espaços gigantes patrocinados pela livre empresa. Grandes exposições nos museus de Belas Artes e Museu de Arte Moderna.
No esporte, uma taça reunindo os campeões latino-americanos de futebol a ser realizada no Rio e em duas ou três outras cidades do continente. Tudo com apoio da rede hoteleira, das empresas aéreas, consulados, grandes marcas. E algo na área náutica, na Lagoa e na parte saudável da Baia da Guanabara, por exemplo.
Na primeira semana de setembro, um festival internacional de gastronomia, com grandes restaurantes das principais capitais, sempre com apoio da hotelaria e das empresas aéreas para facilitar a vinda de grandes nomes e um pequeno patrocínio oficial. Seriam 14 restaurantes a cada ano, com apoio de importadores de vinhos e bebidas em geral, grandes indústrias de alimentação, tipo JBS, Nestlé e Marfrig.
O desafio será ocupar esse legado, com criatividade e um mínimo de recursos, mantendo no Rio sua mão de obra altamente qualificada em tantos setores.