Hoje, Petrópolis vai eleger um novo prefeito, ou reeleger o atual. Não importa a esta altura saber quem será o futuro prefeito da Cidade Imperial. O importante é que o município, no próximo mandato, assuma ser a Cidade Imperial, presente na história do Império e na da República até o presidente Médici, o último a usar o Palácio Rio Negro. Já o presidente João Figueiredo passou seus últimos anos de vida em sua casa de Nogueira, criado que foi naquele distrito, em propriedade que fora de seu pai e depois dividida e usufruída por ele e os irmãos, no Calembe. Getúlio Vargas escreveu parte da história de seu longo mandato no Palácio Rio Negro.
Petrópolis tem de se livrar da política menor, eleitoreira, que vem desgastando todo o prestígio conquistado em quase dois séculos. Não pode se tornar uma cidade dormitório, como as da Baixada; não pode se conformar com uma oferta de empregos de má remuneração; não pode aceitar a desvalorização de sua mão de obra. Não pode ser centro universitário de referência, para formar quadros para outras cidades e até países. Tem de fixar seus jovens, com oferta de bons empregos e com qualidade de vida.
Na verdade, pouco se tem feito para manter as características de Cidade Imperial, no “centro histórico”, que necessita ser preservado da fúria imobiliária. É preciso dar ênfase a sua presença na história do Brasil, como ao colocar placas nas casas que foram moradias de titulados do Império, homens da República e da nossa vida cultural. Temos história para mostrar.
O cemitério municipal poderia ter um regulamento rígido que o fizesse atrativo, sem, por exemplo, horrendas flores de plástico e com um guia dos túmulos mais ilustres no Império e na República.
Prosperidade pede uma classe média sólida, bem remunerada, para garantir a circulação da riqueza. Os menos favorecidos precisam dos mais abastados para gerarem empregos e pagaram impostos. O povo já sabe disso e, por isso, em todo o Brasil, vem rejeitando os exploradores, ideológicos e demagógicos, que, na verdade, têm raiva dos ricos e bem-educados e não amor aos pobres.
Petrópolis pode oferecer muita coisa, como fortalecer o polo gastronômico nos distritos, o circuito Imperial no centro, o polo de tecnologia e o de ensino de qualidade. A medicina tem potencial para ser desenvolvida, pois possui, pelo menos, dois hospitais de referência, privados.
É preciso um olhar de grandeza e cultura. Seria um crime matar essa vocação da cidade. Petrópolis tem um diferencial mais atrativo do que a maioria das cidades brasileiras. Falta gestão com visão.