Campanha eleitoral e agravamento da crise econômica provocam naturalmente a busca de motivos e da análise das soluções.
No mundo da comunicação, da informação e da liberdade do debate de ideias, a população, em geral, está mais consciente dos problemas. Mesmo assim, ainda com a tendência a acreditar em promessas e na fraude que é se atribuir ao Estado poderes de resolver todos os problemas, quando os recursos são escassos e obtidos junto à população que paga, direta ou indiretamente, impostos.
Existe um consenso entre analistas e economistas modernos de que, no mundo competitivo em que vivemos, não é possível atrair investimentos com carga fiscal elevada, burocracia, corrupção e leis trabalhistas paternalistas. O Estado moderno não comporta grandes corporações estatais monopolistas e muito menos uma administração pública (dos Três Poderes) inchada, cara e lenta (no caso do Judiciário).
O investidor, que é quem gera empregos e paga impostos, teme o radicalismo ambiental e trabalhista e a excessiva interferência do Judiciário no mundo dos negócios. A Heineken, por exemplo, estaria fechando duas fábricas, no Nordeste, em função de sentença que a obrigaria a vender seus produtos a empresa que já lhe deve cinquenta milhões de reais. Logo no Nordeste, onde é tão difícil atrair investidores e oferecer bons empregos.
A questão da segurança pública também tem inibido investimentos estrangeiros, prejudicado o turismo e até provocando a fuga de famílias com disponibilidade financeira. Muitos jovens formados procuram colocação no exterior.
O presidente Temer tentou promover reformas e só conseguiu mesmo a trabalhista, que já está aliviando a dolorosa questão do emprego. Pena que tenha se cercado tão mal e feito uma avaliação equivocada do Congresso, promovendo o toma lá, dá cá.
A corrupção e a impunidade, com os ganhos da Lava-Jato, encalharam na demora do Judiciário e nos vícios de um Código do Processo Civil e Penal que facilita a morosidade – graças ao número de recursos protelatórios e a natural vantagem oferecida a quem dispõe de recursos para pagar bons advogados. Infelizmente, uma reforma para valer nem é tentada.
Impressiona que a economia nacional gere tanta receita e o poder público gaste tão mal o que arrecada. Saúde e educação têm recursos, mas são mal geridos. Os bons estabelecimentos de ensino são particulares ou militares; os melhores hospitais, privados.
Por tudo isso, é bom ressaltar: menos emoção na hora de votar e mais atenção ao programa dos candidatos!