Crise na economia não é assunto apenas do noticiário. É um drama, que afeta aos menos favorecidos. Ricos têm gordura para queimar, especialmente os que estão nos altos postos de governo. Quem sofre mesmo é o empresário e o empregado.
Nada mais cruel do que o panorama urbano comum às nossas cidades, com lojas e mais lojas fechadas. Os motoristas de táxi, mais de um milhão de brasileiros, reclamam da queda no movimento. Restaurantes fechados, hotéis subaproveitados. E mais: um aumento chocante de moradores de rua e ambulantes por todas as cidades.
Acima de divergências políticas e ideológicas, esta insensibilidade deve ser combatida, pois a explosão que pode vir a ocorrer, mesmo que pela via de mais um grande equívoco eleitoral, certamente atingirá a todos indiscriminadamente. A prova de que os riscos são gravíssimos é o número crescente de brasileiros que se mudam para o exterior, transferindo bens e domicílio fiscal, rigorosamente dentro da lei. Vem este fenômeno a se somar aos jovens que buscam graduação em grandes centros da Europa e EUA e por lá ficam, integrados no mercado de trabalho, caracterizando uma evasão de mão de obra bem qualificada.
Os mercados já identificam com preocupação nosso alto endividamento do setor público e o enorme desequilíbrio das contas do governo. Ajuste fiscal cada vez mais complicado, pois já temos imensa carga sobre os ombros do contribuinte. Falta confiança no Brasil pelas fraquezas estruturais, incertezas políticas e insegurança jurídica.
Temos de cortar, economizar, atrair para valer investimento de fora e estimular a poupança interna, que é muito menor do que na maioria dos países. Investir na educação é fundamental para recuperarmos terreno na inovação, na produtividade. Não podemos continuar a ser um país de economia de primeiro mundo com práticas de terceiro no preparo e qualidade de sua gente.
Além de faltar lideranças que orientem o caminho para a saída da crise, temos uma elite, a mais preparada, longe da realidade do mundo real, sofrendo influências ideológicas que brigam com o que se deseja.
Omissão nos casos de desrespeito à propriedade, falta de apoio a uma política de segurança realista e cumplicidade com o proselitismo inútil colaboram para que continuemos a andar devagar, quase parando, como diz o dito popular.
Certamente, vai ficar difícil termos Boas Festas.